O Instituto Biológico (IB-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, possui o único laboratório brasileiro com capacidade para produzir imunobiológicos para diagnósticos de brucelose e tuberculose em animais, principalmente bovinos. Nesta sexta-feira (3), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) liberou um lote de 222.800 doses da tuberculina produzidas pelo Instituto Biológico.
Sem esses testes, não é possível a realização de compra, venda, trânsito e exportação de bovinos. A tuberculose é causada pela Mycobacterium bovis e acarreta prejuízos anuais estimados em US$ 3 bilhões em todo o mundo. A brucelose é decorrente da Brucella abortus e traz prejuízos da ordem de US$ 448 milhões no Brasil. O Instituto Biológico comemora seus 90 anos de atividade em 6 de novembro de 2017, em São Paulo, Capital.
Em outubro de 2017, o IB bateu recorde na produção de doses em uma única partida de imunobiológicos, com a liberação de 330 mil doses em uma única partida, sendo que cada frasco é constituído de 50 doses – um aumento de 65% na produção de doses. Outras partidas devem ser liberadas pelo Instituto em novembro deste ano.
De acordo com o veterinário do IB Ricardo Spacagna Jordão, o aumento no número de doses disponibilizadas por partidas é uma das estratégias do Instituto para aumentar a produção. Em 2016, o IB liberava 220 mil doses de tuberculina bovina por partida. No ano, foram produzidas 12 partidas. “Já estamos produzindo as partidas de 2018. A ideia é diminuir o número de partidas no ano e aumentar a produção de doses em cada uma delas, para podermos atender a demanda nacional”, explica o médico veterinário.
O IB também busca recursos junto a órgãos estaduais, federais, agências de fomento e iniciativa privada para aquisição de novos equipamentos de maior capacidade para produção de seu Laboratório de Produção de Imunobiológicos. “Esperamos conseguir esse recurso e triplicar nossa capacidade de produção. A ideia é conseguir produzir as 12 milhões de doses demandadas pelo mercado brasileiro”, afirma Jordão.
O Laboratório de Produção de Imunobiológicos do IB possui licença de funcionamento expedida pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e é certificado pela norma ISO 9001, que garante a qualidade dos produtos produzidos pelo instituto de pesquisa paulista. O IB comercializa os kits com imunobiológicos para 24 Estados brasileiros, além do Distrito Federal.
Impacto
Segundo Jordão, estudos realizados em 2013 demonstraram que o prejuízo total da brucelose no Brasil foi estimado em U$ 448 milhões, o que equivale, hoje, a cerca de R$ 1,005 bilhão. A cada 1% de variação na prevalência, estima-se o incremento no prejuízo de U$ 77,85 milhões ou R$ 174,70 milhões no custo da brucelose bovina no Brasil.
“Dados indicam a brucelose como a responsável pela diminuição de 25% na produção de leite e de carne e redução de 15% na produção de bezerros. Há ainda estimativas mostrando que a cada cinco vacas infectadas, uma aborta ou torna-se permanentemente estéril. Há estimativas de que animais contaminados percam de 10% a 25% da sua eficiência produtiva, além da perda do prestígio e da credibilidade da fazenda em há casos positivos de tuberculose”, afirma Jordão. A tuberculose e a brucelose são zoonoses, ou seja, podem contaminar os humanos. Os animais contaminados devem ser sacrificados.
“O Instituto Biológico realiza diversas diagnósticos e produz antígenos fundamentais para a economia brasileira. Os imunobiológicos são estratégicos para o País por diagnosticarem doenças importantes que barram a entrada do produto brasileiro no exterior. Em seus 90 anos, o IB tem trabalhado de forma sistemática em prol da sanidade animal e vegetal brasileira com o desenvolvimento de pesquisas, tecnologias e prestação de serviços para o setor de produção. Ele está alinhado ao que nos pede o governador Geraldo Alckmin”, afirma Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Fonte: AgroLink
Autor
- Médico Veterinário pela Universidade Federal de Goiás, especialista em Pecuária de Corte pelo Rehagro, sócio-diretor da Qualitas Melhoramento Genético, com 21 anos de atuação nas áreas de gestão, produção e melhoramento genético. O Programa Qualitas de Melhoramento Genético conta com mais de 40 fazendas, nos estados de GO, TO, RO, SP, PR, MG e MT e também na Bolívia, totalizando um rebanho de mais de 250.000 cabeças.
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