A diplomacia brasileira espera que os europeus aumentem a cota de importação de carnes do Mercosul em reunião marcada para a próxima semana, em Buenos Aires.
Depende disso um acordo político a ser formalizado pelos ministros dos quatro sócios do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) e pelos europeus, previsto para a próxima terça (12).
No anúncio, os dois lados se comprometem em concluir, nos próximos meses, a discussão técnica para abertura comercial (redução de tarifas e de impostos) entre Mercosul e União Europeia.
A promessa de avanço na integração chega com atraso. A previsão inicial era que o acordo fosse fechado neste encontro em Buenos Aires, um ano após a primeira troca de ofertas entre os dois blocos, em dezembro de 2016.
Mas as eleições na Europa neste ano atrasaram a entrega de ofertas dos europeus em temas sensíveis: carnes e etanol só tiveram propostas conhecidas em outubro.
Da parte brasileira, uma cota para a entrada de carne bovina inferior a 100 mil toneladas por ano tem poucas chances de prosperar. A primeira oferta dos europeus foi de 70 mil toneladas por ano.
Em 2004, quando Mercosul e União Europeia tentaram o acordo, a oferta era de 100 mil toneladas. Segundo uma pessoa envolvida na negociação, este é um parâmetro que está sendo considerado e não há como aceitar, 13 anos depois, oferta inferior.
A expectativa do setor produtivo brasileiro é que a oferta europeia fique ao redor de 120 mil toneladas. Mas há resistência do outro lado.
Além da defesa da sua pecuária, os europeus questionam normas sanitárias dos países do Mercosul e criticam o desmatamento de vegetação nativa para virar pasto.
O momento político é propício para um acordo. Os presidentes do Mercosul querem mostrar progresso após anos de letargia do bloco. Do lado europeu, também há determinação em avançar, após paralisia nas negociações com os EUA para um acordo no Atlântico Norte.
Fonte: Folha de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
Autor
- Médico Veterinário pela Universidade Federal de Goiás, especialista em Pecuária de Corte pelo Rehagro, sócio-diretor da Qualitas Melhoramento Genético, com 21 anos de atuação nas áreas de gestão, produção e melhoramento genético. O Programa Qualitas de Melhoramento Genético conta com mais de 40 fazendas, nos estados de GO, TO, RO, SP, PR, MG e MT e também na Bolívia, totalizando um rebanho de mais de 250.000 cabeças.
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