OPORTUNIDADE ÚNICA
PARA LUCROS NA PECUÁRIA

Carta aos Parceiros do Qualitas – número 1.

Na Faz Montana em Vilhena – RO, do nosso parceiro Aguinaldo de Almeida Prado tem uma bela foto com o sol se pondo “entre os chifres de uma vaca”. Dia 28/09/2021 na Faz Santa Rita da Aldeia do nosso parceiro Nelore GOU em Porto Estrela – MT tentei fazer algo parecido.

Faça o arroz com feijão bem feito…no capricho.

Meu pai me ensinou a andar de bicicleta da seguinte forma: ele me colocava montado na bicicleta e me empurrava segurando no banco e dizia para não pedalar. Olhe pra frente e aprenda a se equilibrar primeiro, era o que ele dizia. Em pouco tempo ele soltava o banco da bicicleta e eu estava me equilibrando sozinho sem pedalar. Só depois de estar mais seguro é que eu comecei a pedalar. Isso evitou que eu me machucasse mais gravemente durante o aprendizado. E foi assim que ensinei meus filhos a andar de bicicleta. E eles também não se machucaram no aprendizado.

É esse princípio que nós gostaríamos de sugerir a vocês: Façam o arroz com feijão bem feito antes de intensificar o sistema de produção. Conseguiu se equilibrar na bicicleta sem se machucar? Aí é o momento certo de aumentar a velocidade.

No Qualitas temos parceiros “feras no volante” e que estão a mil por hora colhendo excelentes resultados. Peço desculpas a estes se as sugestões a seguir são básicas demais!

⦁ Diminuir a estação de monta para no máximo 90 dias (permite três IATFs em todas as vacas que forem sincronizadas na primeira semana de estação de monta e duas na maior parte das outras vacas) e só então iniciar a inseminação de bezerras aos 14 meses;
⦁ Desmamar os bezerros mais precocemente até o início de maio até conseguir diminuir a estação de monta para 64 dias;
⦁ Suplementar bezerros e bezerras após a desmama com 0,3 até 0,7% do peso vivo até o final de março do ano seguinte;
⦁ Vender vacas vazias até o final de junho, independente de estarem gordas ou magras. Só engordar vacas magras após junho se for em confinamento;
⦁ De julho a outubro só ter nos pastos de sequeiro fêmeas prenhes e bezerros e bezerras desmamadas. E só fêmeas prenhes caso tenha pastos de integração lavoura pecuária ou confinamento;
⦁ Vender ou retirar dos pastos (enviar para um confinamento) todos os machos que não forem candidatos a touros até o final de março, pois é preciso liberar pastos ou o confinamento para os bezerros e bezerras desmamadas e para engordar as vacas vazias até o final de junho;
⦁ Manejar bem os pastos antes de fazer silagem/confinamento. É uma excelente estratégia, fazer silagem para recriar os bezerros e bezerras e suplementar primíparas precoces durante a seca. E também para sequestrar parte das vacas (as com pior escore corporal) nas primeiras chuvas, para ajudar no rebrote mais rápido das gramíneas;
⦁ Quando for iniciar a produção de silagem comece fazendo de algum capim que você já tem na fazenda. Só é necessário limpar, corrigir e adubar o solo e contratar uma máquina para cortar o capim e fazer a silagem;
⦁ Comprar insumos como milho, farelos proteicos, suplementos minerais e adubos com um ano de antecedência e nas melhores épocas;
⦁ Aprender ou contratar uma empresa que te ajude a proteger o preço de venda dos seus animais.

Estas atitudes garantirão:

⦁ foco no aumento do desfrute/vendas do rebanho, que é produzir 1 bezerro por vaca e vender pelo menos um animal por ha por ano;
⦁ Ajuste de lotação das pastagens de acordo com sua produtividade ao longo do ano e assim não há degradação;
⦁ Manutenção de boa condição corporal para todas as categorias do rebanho;
⦁ Segurança operacional;
⦁ Previsibilidade de resultados;
⦁ Lucratividade;
⦁ Sustentabilidade.

O objetivo mais importante é: aumentar a quantidade de animais vendidos em relação ao estoque médio da fazenda, sem diminuir a quantidade de matrizes.

Somos totalmente emocionais e por isso é difícil concordar com a venda de:

⦁ Bezerros e bezerras mais novos, fracos e leves…e mais baratos;
⦁ Vacas vazias magras…e mais baratas;
⦁ Garrotes mais leves…e mais baratos;
⦁ Bois gordos mais leves…e mais baratos.

Entendemos que estas vendas fazem parte de um processo de aperfeiçoamento do sistema de produção até atingir a estação de monta de 64 dias.

E você pode evitar os itens 2, 3 e 4 se você encontrar um Boitel (confinamento terceirizado) que engorde estes animais para você, cobrando o serviço só após o abate dos animais.

Analisemos bem antes de fazer o confinamento próprio. Será que temos a mesma competência e escala para produzir/comprar/engordar que uma empresa especializada neste negócio?

Concluindo, é muito importante ponderar o resultado alcançado em função do risco que se corre. Sistemas mais intensivos, principalmente, aqueles sem controle/hedge de custos e sem excelência operacional estão mais sujeitos a perdas e resultados negativos.

A intensificação e maior produtividade são necessários e cada vez mais importantes com os custos aumentando e comprimindo as margens. O desafio é aprender a intensificar da maneira correta. As tecnologias estão consolidadas e aplicadas com excelência por Parceiros do Qualitas. Tenho certeza que todos têm o maior prazer em compartilhá-las.

Gostaria de citar Howard Marks autor do livro O Mais Importante para o Investidor: “…assumir de forma inteligente o risco para a obtenção de lucros é o melhor modo de se obter êxitos que se repetem durante um longo período”.

Momentos de “irracionalidade” do mercado como o de agora, após o caso Atípico de “Vaca Louca” que não tem nenhum risco para a saúde humana são mais comuns do que acreditamos. Ter um Sistema de Produção e estratégias que considerem estes riscos é muito importante.

“Quem tem foco tem sistema”. Do livro: Hábitos Atômicos. James Clear

Forte abraço e inté!

Leonardo Nishimoto Souza

Autor

Leonardo Souza
Leonardo Souza
Médico Veterinário pela Universidade Federal de Goiás, especialista em Pecuária de Corte pelo Rehagro, sócio-diretor da Qualitas Melhoramento Genético, com 21 anos de atuação nas áreas de gestão, produção e melhoramento genético. O Programa Qualitas de Melhoramento Genético conta com mais de 40 fazendas, nos estados de GO, TO, RO, SP, PR, MG e MT e também na Bolívia, totalizando um rebanho de mais de 250.000 cabeças.

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